O Macrobrachium rosenbergii é uma espécie nativa da região Indo-pacífica e é, atualmente, o camarão de água doce mais importante para o cultivo (Igarashi, 1995).
Segundo Holthuis (1980), aproximadamente 125 espécies de Macrobrachium habitam água doce e salobra em áreas tropicais e subtropicais no mundo todo, sendo que pelo menos 15 espécies são de interesse para a aquacultura (Ling & Castello, 1980).
O M. rosenbergii chega a atingir 30 cm de comprimento, sendo cultivado com sucesso em vários países. A larvicultura é realizada em água salobra. O hábito alimentar é onívoro e em 6 meses o animal pode atingir 30 g, quando estará em condições de ser comercializado.
Reprodução e Ciclo de Vida
As fêmeas são fertilizadas pelo macho após sofrerem a muda pré-nupcial. Em algumas horas os óvulos são liberados e fertilizados após passarem pelo espermatóforo e se fixam sob o abdomem até a eclosão. A fêmea produz cerca de 5.000 a 100.000 ovos que podem levar aproximadamente 20 dias para eclodir a 28ºC. As larvas eclodem e nadam livremente na água, onde passam por 11 estágios. As larvas o são por 30 a 40 dias, quando então metamorfoseiam para pós-larva.
Os camarões jovens migram para a água doce. As larvas alimentam-se de zooplankton durante seu desenvolvimento.
Os reprodutores podem ser obtidos dos viveiros nas fazendas de camarão ou quando possível da natureza.
As fêmeas com os ovos em adiantado estágio de desenvolvimento são transportadas para o tanque de eclosão.
A profundidade deve ser de aproximadamente 70 cm com uma salinidade de 12‰ a uma temperatura de aproximadamente 25 a 31 ºC. A água é trocada na taxa de 50 %/dia e 3 fêmeas são estocadas para cada m3 de água (Swift, 1993).
Após a eclosão, as larvas são retiradas e introduzidas nos tanques de cultivo a uma densidade de 50/L de água (Swift, 1993).
As larvas nos 10 primeiros 10 dias podem ser alimentadas com náuplios de Artemia sp. Após os 10 primeiros dias as larvas são alimentadas além da Artemia com uma dieta preparada à base de ovo, leite, peixe, molusco e complexo vitamínico, leite em pó integral. Segundo Swift (1993), pode-se náuplio de Artemia em uma proporção de 30 g de cisto de Artêmia e 90 g de carne de peixe/1000 pós-larva/dia. A água no tanque pode ser renovada a uma taxa de 50 %/dia. No final, quando o cultivo é constituído aproximadamente de 90 % de pós-larvas, deve-se trocar a água do tanque gradativamente, repondo água doce.
Viveiros Berçários
Os viveiros berçários podem ser geralmente de 0,1 ha a 0,2 ha com profundidade de 50 a 100 cm. As pós-larvas podem ser estocadas em uma proporção de 1.000 a 2.000/m2/mês (New, 1990). Após este período, elas são transferidas para o viveiro de engorda.
Viveiros De Engorda
Os viveiros de engorda podem ter de 0,3 a 1 ha ou podem ser maiores. Devem ter uma leve inclinação e uma profundidade de 0,60 a 1,0 m. Neles podem ser estocados 10 a 15 camarões/m2.
Camarões de 1 cm estocados na proporção de 15 animais/m2 podem receber 2,5 a 7,5 kg de alimento/ha/dia aumentando-se gradativamente para 25 a 45 kg/ha/dia. A proporção de alimento deve ser controlada através da observação do consumo diário.
Despesca
Os camarões podem ser despescados seletivamente utilizando uma rede com 3 a 5 cm de malha e a despesca total do viveiro é completada com uso de uma rede seguido da drenagem do viveiro e da captura com as mãos (Swift, 1993).
Produção
A produção pode ser de aproximadamente 3.000 kg/ha/ano mas, dependendo do tipo de manejo praticado, a produção pode aumentar ou diminuir. O tamanho comercial dos camarões de 30 - 40 g de peso pode ser atingido em 5 a 6 meses.
Ibama estima em 40 toneladas a mortandade de peixes no rio Potengi.
O desastre ambiental no rio Potengi, que provocou a morte de toneladas de peixes, neste final de semana, assustou os carcinicultores da área. O presidente da Cooperativa dos Criadores de Camarão do Potengi, José Bandeira, revela que os criadores temem o agravamento da poluição.
Ainda não há indícios de que o desastre tenha prejudicado a criação dos camarões, mas a intensificação do despejo de dejetos no rio tem preocupado os criadores. “Graças a Deus não fomos prejudicados, mas esta foi uma morte anunciada”, afirma José Bandeira.
Bandeira explica que os carcinicultores tomam cuidado para não poluir a água da região, realizando o tratamento. “Deixamos a água bem condicionada para a vida do camarão”, garante.
Segundo o presidente da cooperativa, atuam na área 40 produtores e mais 300 famílias dependem da atividade para garantir o sustento. “O Governo só se preocupa em acabar com a carcinicultura, não se preocupa em resolver o problema do rio. Se não houver essa preocupação, muita gente vai passar fome”, avisa.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, Itamar Rocha, assegura
que os criadores de camarão não utiliza produtos que não sejam biodegradáveis. "Todo mundo faz tratamento, inclusive do meta-bi-sulfito, que é tratado até perder o efeito ativo, antes de ser jogado",relata.
Para Rocha, o produtor tem responsabilidade e consciência de que qualquer coisa que prejudique o meio ambiente irá prejudicar ele mesmo.